quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Estrutura geral de Os Lusiadas

Os Lusíadas
Estrutura Interna e Externa

O poema está escrito em versos decassílabos, com predomínio do decassílabo heróico (acentos pa 6ª e 10ª sílabas). É considerado o metro mais adequado á poesia épica, pelo seu ritmo grave e vigoroso. Surgem também alguns raros exemplos de decassílabo sáfico (acentos na 4ª, 8ª e 10ª sílaba).


· As estrofes são de oito versos e apresentam o seguinte esquema rimático – “abababcc” ( a este tipo estrófico costuma chamar-se oitava rima, oitava heróica ou oitava italiana)


· As estrofes estão distribuídas por 10 cantos. O número de estrofes por canto vario de 87, no canto VII, a 156 no canto X. No seu conjunto, o poema apresenta 1102 estrofes.




1. As partes constituintes


Os Lusíadas constroem-se pela sucessão de quatro fontes:


· Proposição – parte introdutória, na qual o poeta anuncia o que vai cantar (Canto I, estrofes 1-3)


· Invocação – pedido de ajuda as divindades inspiradores (A principal invocação é feita as Tágides, no canto I, estrofes 4 e 5, ás Ninfas do Tejo e do Mondego, no canto VII 78-82 e, finalmente, a Calíope, no Canto X, estrofe 8)


· Dedicatória – oferecimento do poema a uma personalidade importante. (Esta parte, facultaria, pode ter origem nas Geórgicas de Virgilio ou nos Fastos de Ovídio; não existe em nenhuma das epopeias da Antiguidade)


· Narração – parte que constitui o corpo da epopeia; a narrativa das acções levadas a cabo pelo protagonista. (Começando no Canto I, estrofe 19, só termina no Canto X, estrofe 144, apresentando apenas pequenas interrupções pontuais).


2. Os planos narrativos


Obra narrativa complexa, Os Lusíadas constroem-se através da articulação de três planos narrativos, não deixando, ainda assim, de apresentar uma exemplar unidade de acção.


Como plano narrativo fuleral apresenta-nos a viagem de Vasco da Gama à India. Continuamente articulado a este e paralelo a ela, surge um segundo plano que diz respeito à intervenção dos deuses do Olimpo na Viagem. Encaixado no primeiro plano, tem lugar um terceiro, que é constituído pela História de Portugal, contada por Vasco da Gama ao rei de Melindo, para Paulo da Gama e por entidades dividas que vaticinam futuros feitos dos Portugueses.

Os planos temáticos

Plano da Viagem - onde se trata da viagem da descoberta do caminho marítimo para a Índia de Vasco da Gama e dos seus marinheiros;


Plano da História de Portugal - são relatados episódios da história dos portugueses;

Plano do Poeta - Camões refere-se a si mesmo enquanto poeta admirador do povo e dos heróis portugueses;

Plano da Mitologia - são descritas as influências e as intervenções dos deuses da mitologia greco-romana na acção dos heróis.

Ao longo da narração deparam-se-nos vários tipos de episódios: bélicos, mitológicos, históricos, simbólico ricos e naturalistas.

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