Baltasar Sete – Sóis /
Blimunda Sete – Luas
Baltasar e Blimunda são personagens
heróicas. Regressado da frente da batalha, Baltasar apresenta uma “deformidade
física”.
Em termos simbólicos liga-se a
Blimunda, também diferente pela sua capacidade de “olhar por dentro das
pessoas”.
Simbolizam o Sol/ a Lua, o dia/ a
noite, e a Luz/a Sombra, a união dos opostos, o universo divino e o universo
humano.
Padre Bartolomeu
Representa o ser fragmentário,
dividido entre a religião e a alquimia. Simboliza a aspiração humana (voo da
passarola), conferindo sacralidade ao acto humano de construir e
sonhar.
Domenico
Scarlatti
Ligado à música, representa o
transcendente. Simboliza a ascensão do homem através da música e ligado também
ao mito Orpheu
Elementos
Simbólicos
Sete
– é a soma dos pontos cardeais com a trindade divina, representa a
totalidade do universo em movimento.
Nove
- representa a gestação, a renovação e o renascimento.
Blimunda
procura Baltasar durante nove anos.
Passarola
– é o elo de ligação entre o céu e a terra, representa a alma humana que
ascende aos céus. Simboliza a libertação dos espíritos e a passagem a um outro
estado de existência.
Mãe da pedra - Uma outra situação-acontecimento de cariz mítico em Memorial do Convento constitui-se com a gesta heróica, epopeica, do transporte da pedra gigante de mármore, amãe da pedra, de Pêro Pinheiro para Mafra. Desde o início, a narração anormaliza assituações descritivas: o tamanho gigantesco da pedra, o carro especialmente construídop para o seu transporte (uma “nau da Índia”), as duzentas juntas de bois e os seiscentos homens necessários para o puxarem, os difíceis obstáculos do caminho, à semelhançadas narrativas de heróis clássicos, em que se anunciam os “trabalhos” fabulosos que terão de ser contornados e o esforço imperioso, mais do que humano, que terá de ser despendido.
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