quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Dimensão simbólica e elementos simbólicos em memorial do convento

Baltasar Sete – Sóis / Blimunda Sete – Luas



Baltasar e Blimunda são personagens heróicas. Regressado da frente da batalha, Baltasar apresenta uma “deformidade física”.

Em termos simbólicos liga-se a Blimunda, também diferente pela sua capacidade de “olhar por dentro das pessoas”.

Simbolizam o Sol/ a Lua, o dia/ a noite, e a Luz/a Sombra, a união dos opostos, o universo divino e o universo humano.



Padre Bartolomeu



Representa o ser fragmentário, dividido entre a religião e a alquimia. Simboliza a aspiração humana (voo da passarola), conferindo sacralidade ao acto humano de construir e sonhar.



Domenico Scarlatti



Ligado à música, representa o transcendente. Simboliza a ascensão do homem através da música e ligado também ao mito Orpheu
 
 
 




Elementos Simbólicos



Sete – é a soma dos pontos cardeais com a trindade divina, representa a totalidade do universo em movimento.

Nove - representa a gestação, a renovação e o renascimento.

Blimunda procura Baltasar durante nove anos.

Passarola – é o elo de ligação entre o céu e a terra, representa a alma humana que ascende aos céus. Simboliza a libertação dos espíritos e a passagem a um outro estado de existência.
 
Mãe da pedra -  Uma outra situação-acontecimento de cariz mítico em Memorial do Convento constitui-se com a gesta heróica, epopeica, do transporte da pedra gigante de mármore, amãe da pedra, de Pêro Pinheiro para Mafra. Desde o início, a narração anormaliza assituações descritivas: o tamanho gigantesco da pedra, o carro especialmente construídop para o seu transporte (uma “nau da Índia”), as duzentas juntas de bois e os seiscentos homens necessários para o puxarem, os difíceis obstáculos do caminho, à semelhançadas narrativas de heróis clássicos, em que se anunciam os “trabalhos” fabulosos que terão de ser contornados e o esforço imperioso, mais do que humano, que terá de ser despendido.

 

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