Vida e Obra de Sttau Monteiro
Luís Infante de Lacerda Sttau Monteiro nasceu em Lisboa, a 3 de Abril de 1926, menos de dois meses antes de um golpe de Estado ter posto fim À Primeira República e abrir caminho á ditadura no poder até 25 de Abril de 1974. Nascido na Rua Liverpool, o pequeno Luís parte para Inglaterra com dez anos de idade. Regressa em 1943, data em que o pai, o embaixador Armindo Monteiro, é demitido do cargo por Salazar. Sttau Monteiro volta a Lisboa, aos 17 anos, e é nesta cidade que prossegue os seus estudos, primeiro no colégio de Santo Tirso, de onde é expulso, depois no liceu Pedro Nunes. O seu desejo é seguir Matemática mas acaba por se formar em Direito, tal como o seu pai. Contudo, a advocacia não o atrai. Volta então para Londres, local onde se torna corredor de Fórmula 2, dedica-se à pesca, à gastronomia, casa com uma senhora inglesa, de quem se divorcia e volta a casar novamente. Não chega nunca a perder o contato com Portugal, bem como com os seus amigos. Um deles é José Cardoso Pires, que o incentiva a escrever aquele que será o seu primeiro livro: Um homem não chora, em 1960. Em 1961, incentivado por Nikias Skapinakis, que vivia fugido à PIDE, numa casa sua, Sttau Monteiro escreve a primeira peça, Felizmente há luar! . O seu êxito é tal que o livro esgota rapidamente, transformando-o, quase, num mito literário. Os primeiros ecos de tal êxito, vai tê-los em Aljube, onde estava preso pela PIDE, por infundado envolvimento na revolta de Beja. O mês que esteve em Aljube, Sttau não esteve parado. É lá que escreve a sua segunda peça, E se For Rapariga Chama-se Custódia. Seguem-se Todos os anos pela Primavera (1964), O Barão (1965), Auto do Motor Fora de Bordo (1966), Duas Peças e Um Acto, A Estátua e a Guerra Santa, todas de 1967. Êxito maior do que o que lhe proporcionara Felizmente há luar! só o teria Luís de Sttau Monteiro ao tornar-se figura familiar do país inteiro, ao ser membro do júri de um programa televisivo, na segunda metade da década de 70. Ainda na televisão mas já na década de 80, volta a colaborar como argumentista na telenovela portuguesa Chuva na Areia, e como autor do programa gastronómico Frei Papinhas. Entretanto, passa somente a escrever para a imprensa, com destaque para O Jornal, onde, sempre com o pseudónimo de Manuel Pedrosa, mantém, durante algum tempo, uma crónica gastronómica. Por fim, já sob o seu nome próprio, escreve no Diário de Notíciassobre gastronomia entendida numa perspetiva histórica. Porém, Luís de Sttau Monteiro morre no Hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa, a 23 de Julho de 1993.
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